A salvação é uma dádiva de Deus, ninguém é salvo por méritos
pessoais (Ef. 2.8,9; I Pe. 1.18,19).
A humildade é apenas uma entre
outras virtudes a serem desenvolvidas pelos salvos em Cristo. No estudo desta
semana apontaremos algumas outras apresentadas por Paulo aos Filipenses, dentre
elas destacamos: ausência de murmuração e contenda, conduta irrepreensível,
sinceridade e fidelidade. Ao final, ressaltaremos, com o Apóstolo, a
necessidade do sacrifício na obra de Deus, trabalhando com alegria, mantendo o
foco na eternidade.
1. A OPERAÇÃO DA SALVAÇÃO: A
salvação é uma dádiva de Deus, ninguém é salvo por méritos pessoais (Ef. 2.8,9;
I Pe. 1.18,19). Mas muitas pessoas esquecem que precisam desenvolver a salvação
(Ef. 2.10). Não somos salvos por causa das boas obras, mas para as boas obras,
para que andemos nelas. Essa é a admoestação de Paulo, para que os cristãos
trabalhem a salvação deles, com temor e tremor. Paulo não estava mais entre os
filipenses, esse seria o momento de eles exercitarem a fé, demonstrarem
maturidade. Muitos cristãos nas igrejas são eternamente dependentes dos seus
líderes, como um filho que precisa ser alimentado. Mas isso é uma deficiência,
os verdadeiros cristãos amadurecem, são capazes de seguir adiante, mesmo nas
situações adversas. A salvação começa com Deus, mas o homem deve cooperar com
Ele, desenvolvendo-a (I Co. 3.6-9). O desenvolvimento da salvação se dá por
meio da santificação, que é um trabalho conjunto do ser humano com o Espírito
Santo (Rm. 8.9-17). O cristão genuíno investe no seu amadurecimento espiritual,
luta contra sua natureza pecaminosa (Rm. 14.18; I Co. 9.24-27; I Tm. 6.12). O
modelo ideal a ser perseguido é o de Jesus Cristo, Deus deseja que sejamos
semelhantes a Ele no caráter (Rm. 8.29). A expressão “com temor e tremor”
revela a grandeza de Deus, principalmente Sua santidade, por isso os cristãos
devem temer ofendê-Lo. Mas isso nada tem a ver com um temor servir, um pavor
que nos distancia dEle. Paulo diz aos cristãos e Roma que eles não receberam um
espírito de escravidão (Rm. 8.15). Tememos, e trememos diante de Deus, por
causa do Seu amor gracioso. E confirmarmos que o Senhor está trabalhando em
nossas vidas através do Seu Espírito (Rm. 8.3,4; II Co. 3.4-6). O Espírito
Santo opera na Sua igreja para que essa realize as obras que Ele deseja (I Co.
12.4-7).
2. AS VIRTUDES DA SALVAÇÃO: A
salvação é demonstrada através de virtudes, a respeito das quais Paulo também
orientou os gálatas, denominando-as de fruto do Espírito (Gl. 5.21,22). O fruto
do Espírito conduz o cristão à obediência, a fim de fazer as coisas que Deus
determinou, sempre sem murmurações ou contendas. Há um problema quando as
coisas são feitas com motivações erradas nas igrejas locais. Muitas
congregações estão sofrendo porque as pessoas fazem, mas por vanglória. A
disputa por cargos nas igrejas está adoecendo muitos cristãos e as
congregações, por causa das divisões e partidarismos (Fp. 2.3,4). A palavra
murmuração, em grego, é goggysmos, diz respeito à reclamação, resultado de
rebelião e infidelidade. Esse sentimento esteve presente entre os filhos de
Israel ao longo da peregrinação pelo deserto (I Co. 10.10; Nm. 11.1-6).
Contendas, dialogismoi em grego, descreve as disputas desnecessárias, que
conduzem às dúvidas. Esse tipo de atitude é reprovada por Paulo porque nada tem
a ver com o sentimento que havia em Cristo (Fp. 2.5). Ao invés de viverem em murmurações
e contendas, os cristãos devem se voltar para o que é sublime, buscarem ter uma
vida irrepreensível, serem inculpáveis em meio a uma geração perversa (Fp.
2.14,15). A palavra irrepreensível no grego é amemptos e expressa pureza,
comportamento digno de um seguidor de Cristo. Isso diz respeito à reputação,
mas não é suficiente, é preciso também desenvolver o caráter, a sinceridade,
akeraios em grego. Essa palavra era usada para diferenciar o vinho ou leite
puros, sem mistura de água. Sendo também inculpáveis, amomos em grego, os
cristãos e apresentam diante de Deus imaculados, como um sacrifício vivo,
experimentando a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Rm. 12.1,2). Diante
dessa geração corrompida pelo pecado, o cristão deve resplandecer, sendo sal da
terra e luz do mundo (Mt. 5.14-16). Por fim, mas não por último, a salvação
deve ser demonstrada através de uma fidelidade inegociável a palavra da vida.
Cristo é a própria Palavra da Vida, o Verbo que se fez carne (Jo. 1.1; I Jo.
1.1). Os cristãos são súditos de Cristo, Aquele que recebeu um nome que está
acima de todos os nomes, o Rei dos reis. Por isso, a igreja deve se manter fiel
a Sua palavra, e trabalhar a partir dos Seus ensinamentos. Após o arrebatamento
Jesus estabelecerá seu julgamento das obras, a fim de avaliar as motivações dos
trabalhos, se não tivermos objetivos corretos, teremos trabalhado em vão (Fp.
2.16).
3. ALEGRIA DA SALVAÇÃO: Paulo é
um exemplo de alguém que trabalhava na obra de Deus com uma motivação correta.
Ele está disposto, se necessário fosse, a ser “oferecido por libação sobre
sacrifício e serviço” da fé dos filipenses. Nem todos nesses dias atuais,
marcadores pela mercantilização do evangelho, são afeitos a esse tipo de
sacrifício (II Tm. 4.6). O Apóstolo usa uma metáfora do serviço, do culto,
comparando-se a um holocausto, uma oferta a Deus, na vida ou na morte (Nm.
15.5,7,10). A palavra grega é leitourgia, e refere-se a um culto sacrificial,
no qual se apresenta ofertas. Diferentemente de muitos obreiros dos dias modernos,
Paulo mantinha o foco do seu trabalho na eternidade. Ele sabia que um dia
prestaria contas a Cristo pelo trabalho realizado. O Apóstolo dos gentios não
apenas está disposto a entregar Sua própria vida por amor a Cristo, em serviço
dos irmãos, mas também a fazê-lo com alegria. O obreiro do Senhor não pode ter
medo da morte, ainda que não deva buscá-la. Ele sabe que está trabalhando para
um Deus que tem tudo em Suas mãos. Nada que venha a acontecer fará com que o
servo de Deus venha a perder a esperança. Seja na vida, ou na morte (Fp. 2.17),
o trabalhador na seara do Mestre sabe que está plantando para a eternidade.
Muitos hoje em dia somente se interessam pelo prêmio temporal, alguns deles já
estão recebendo seu galardão, nada mais receberão na glória. Essa é a alegria
do cristão, não está fundamentada nas circunstâncias. Essa é a alegria, chara
em grego, do Espírito, que independe das condições, sejam elas favoráveis ou
desfavoráveis. O problema de muitos cristãos modernos é que querem felicidade, não
alegria, mas não fomos chamados para ser felizes, mas para ser alegres. A
primeira depende das circunstâncias, a última está alicerçada em Deus, a fonte
de toda alegria.
CONCLUSÃO: Deus iniciou uma boa
obra em nossas vidas, e certamente levará adiante, mas não sem antes nos
conduzir à maturidade. Toda construção exige sacrifícios, e não poucas vezes,
mudanças drásticas. A fim de produzir Seu fruto em nós, e aprimorar as Suas
virtudes, o Espírito Santo alterará os percurso dos nossos planos. Mas não temos
motivo para nos desesperar, antes estejamos alegres, sobretudo confiantes, pois
Deus sabe o que está fazendo. PENSE NISSO!
Deus é Fiel e Justo!
Por: Teinho Silva
Fonte:http://www.calilanoticias.com/2013/07/as-virtudes-dos-salvos-em-cristo-clerisvaldo-ferreira.html